Iniciar sessão como inquilino Iniciar sessão como senhorio Iniciar sessão como empresa

Built-to rent - Entenda o fenómeno no mercado Português

18. Outubro 2021 · 3 minutos
O Built-to-Rent (“Construção para Arrendamento”, traduzido em português) é um fenómeno que não é propriamente desconhecido em países como Inglaterra, Suíça, Áustria ou Alemanha, e começa a dar sinais de ser uma forte aposta em Portugal.

Este modelo de negócio, que consiste na construção de propriedades para arrendamento, procura dar resposta a uma necessidade crescente num setor imobiliário em expansão. Apesar de estar a dar os primeiros passos em Portugal, é um modelo de negócio e de investimento que atrai a atenção de investidores, tanto privados como grandes entidades públicas, e tornou-se nos últimos anos prática comum no negócio imobiliário em diversos países da Europa e Estados Unidos. Recentemente, bancos como o Lloyds (Reino Unido) ou o Macquire (Austrália) estão a entrar neste segmento, lançando até mesmo as próprias plataformas dedicadas à compra de propriedades para arrendamento.

O virar de agulhas dos grandes investidores para o mercado de arrendamento de propriedades não passa despercebido: se o grupo Lloyds pretende entrar no negócio e tornar-se proprietário de milhares de propriedades na próxima década, o banco australiano Macquire anunciou a intenção de investir mais de mil milhões de euros no setor. E, se a construção para arrendamento é uma aposta vencedora em vários países, Portugal não é diferente, e começa a ganhar cada vez mais terreno. Existem alguns fatores-chave a ter em consideração relativamente à realidade do país, para percebermos o enquadramento e as soluções que apresenta.

Quando comparado com o mercado tradicional de habitação, o arrendamento apresenta-se como uma alternativa bastante viável em diferentes sectores, e são vários os motivos que podem ajudar a explicar. As gerações mais jovens têm tendência a adotar uma carreira profissional mais flexível, e procuram uma solução de habitação que seja adequada, que se adapte às suas necessidades, surgindo o arrendamento muitas vezes como a principal opção. Um outro fator importante a ter em consideração é o económico, surgindo o arrendamento muitas vezes como a opção mais apelativa (quando não a única viável) para os jovens que procuram a sua primeira casa.

Além disso, com o crescimento e aceitação do teletrabalho no pós-pandemia, cada vez mais pessoas estão a adotar um estilo de vida que lhes permite trabalhar e viajar, optando por passar temporadas fora do seu país de origem, o que aumenta a procura por soluções de arrendamento. Portugal é um destino popular entre quem pratica este estilo de vida. Estas são algumas das muitas razões que apontam para que o Built-to-Rent tenha chegado para ficar ao nosso país. Quais são, então, os entraves à “Construção para Arrendamento”? Fruto principalmente de uma procura turística crescente, mas também de fatores como custo de vida mais acessível, clima e segurança, Portugal tem visto crescer o interesse imobiliário além-fronteiras, não só pelo mercado europeu, mas também pelo mercado asiático.

Contudo, a carga fiscal que acarreta o investimento imobiliário privado em Portugal pode ser desencorajador. Os impostos têm um impacto que pode rondar os 30% a 40% no preço final da habitação, sendo o IVA de 23% não dedutível um foco de insatisfação. Os investidores, tanto portugueses como estrangeiros, têm confiança no modelo pelo sucesso que tem tido nos mais diversos países. No entanto, para além da carga fiscal, as constantes mudanças à legislação e burocracia associadas tendem a ser um fator que não contribui para o investimento neste setor no imediato, ainda que a procura tenha vindo a aumentar.

O mercado de arrendamento tem, assim, vindo a assumir um papel preponderante, tornando-se indispensável o investimento privado para responder às necessidades. O Built-to-Rent apresenta-se como uma solução que poderá fazer face a esta questão, e resolver (ou ajudar, pelo menos) os problemas de habitação que se sentem nas grandes cidades em Portugal.

Ainda que numa fase embrionária, existiam em maio de 2021 cerca de 12 projetos de desenvolvimento privado, nove em Lisboa e três no Porto, e que totalizavam cerca de 3200 propriedades. À medida que os projetos forem ganhando forma, é esperado que ganhe novos investidores, e que o modelo Built-to-Rent ganhe “uma nova casa” em Portugal.

Junte-se a centenas de senhorios que estão satisfeitos com a nossa plataforma! Tudo é feito online na Flatio, assim terá mais tempo e menos preocupações.

Partilhe este artigo: